segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Demorei mas voltei!

Tô aqui! Não vou dizer aqueles blá blás todos! Tô correndo pacas e não tenho mais tempo de escrever, porém atendendo a pedidos, vou declarar: já se foram 22 quilos! Sim 22! Tô bem feliz. Mas declaro que agora a fase é bem outra. Passei a me cuidar mais, pensar naquilo que quero realmente pra mim. O que me dá prazer, e quem leu o blog desde o começo lembra que eu disse que odeio a sociedade do vamos sair pra comer, então, nessa nova fase os programas são mais culturais se é que posso chamar assim!
Tenho ido muito pra praia! Como é bom colocar o biquine que você quer sem se preocupar com o que a loira gostosa do guarda sol ao lado tá pensando do tamanho da sua barriga. Não que eu esteja uma Gisele da vida, mas tô bem desencanada.
Acho que quando a gente emagrace vai embora o que tinha de ruim. Me refiro a encanação de se preocupar com coisas que não são importantes e sim com coisas que realmente fazem a diferença!
Tô feliz!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Atrasos da vida moderna

Um mês sem escrever!!!! Não eu não desencanei do blog! O problema é que tîve de férias e depois descansando um pouco. Comendo camarão e lagosta que nem louca é óbvio que diminui o ritmo de emagrecimento e ando meio encanada. As novidades ficam por conta de um monte de roupas que mandei diminuir e agora caem como uma luva. andei fazendo umas pesquisas na internet e li que é normal à partir do quinto ou sexto mês pós cirurgia diminuir a velocidade do emagrecimento. No mais não tenho muitas novidades. Beijos

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

17 Kilos!!!!

Hoje subi na balança de novo e surpresa; 17 Kilos!!!
Muito feliz. Confesso que não tenho passado muito bem, acho que andei comendo rápido demais ou não mastiguei como deveria. Foi uma semana bem complicada e conforme imaginava minha teoria se comprova: quanto mais stress mais dificuldade de digestão e nauseas.
Muito trabalho, pós graduação acabando comigo e ansiedade. As férias tão sofridas e desejadas estão chegando.
Beijos para todos.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Meu muito obrigada

Amigos e chegados, super obrigada pelo carinho de todos. A editora Abril também deve agradecer as vendas da revista. Já dei até autógrafo!!! rsrsrs. Passei no médico ontem e finalmente TUDO LIBERADO, ele disse que até uma cervejinha eu posso. Seja o que Deus quiser, tô morrendo de medo...
beijos

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Matéria na Revista Saúde

Fiquei bastante tempo sem escrever por diversos motivos: problemas com a internet, correria na pós graduação, etc. Como alguns devem ter visto, fizeram uma matéria comigo na revista Saúde da editora Abril. Foi um show a parte me senti uma top model, afinal de contas tirei várias fotos. Fiquei me achando....
Vamos falar da cirurgia. Emagreci 14 Kg até o dia de hoje. Nenhuma calça jeans me serve mais, todas caem. Precisei comprar algumas roupinhas pra quebrar um galho, tenho medo de comprar roupas e quando emagrecer mais, sim eu espero emagrecer mais, perdê-las e gastar dinheiro em vão. Me olho no espelho e me assusto um pouco, parece que não sou eu rsrsrs... O mais gostoso é ouvir os elogios que vêm de todos os lados, pessoas amigas e até pessoas que nunca tinha conversado.
A parte chata; ela existe sim. Agora melhorou um pouco mas no mês de julho passei mal diversas vezes. Hoje já peguei o esquema. Comer muito devagar, mastigar bem e nunca, nunca estar nervosa na hora da alimentação. Uma vez no Guarujá comi um milho que já tinha comido depois da cirurgia, mas dessa vez comi rápido e ansiosamente. Óbvio que passei muito mal. Vomitei e tudo. Aprendi a lição. Foi péssimo é uam sensação horrível.
O dumping. Ele é um fenômeno semelhante ao coma diabético. Dá uma mal estar terrível, dizem que a sensação é de morte. Ele ocorre ao ingerir açúcar. Tomei coragem e experimentei um doce (mais especificamente um bolo de aniversário, um pedaço do pedaço) e percebi que graças a Deus, não tenho. Esse tipo de sensação acontece na maioria das pessoas que são submetidas a cirurgia.
Comemorei como louca, tinha muito medo de nunca mais poder comer um docinho sequer. A batalha agora fica dobrada, por que se eu descambar a comer doces não vou emagrecer o desejado e o pior, posso voltar a engordar.

domingo, 29 de junho de 2008

Garota Arroto

Parece meio horrível, mas é isso mesmo. Nunca arrotei e enjoei tanto em minha vida! Não posso comer nada ou beber algo que fico muito cheia de ares (pra ficar mais chique). Hoje resolvi mandar um novo e-mail pra ele perguntando se é normal. Pela primeira vez, agora com 32 dias, resolvi ir a praia, foi fantástico. Confesso pra você que esse período tá bem complicado. Comer tem que ser em pedacinhos milimétricos e mastigar é uma coisa que até dói a articulação. Se eu não fizer isso tenho dores horríveis no estomago, chego até a rezar. Minha mãe diz que é normal ela também teve, mas garantiu que vai passar. Tudo é muito novo, mas tô tentando levar uma vida normal, comendo as comidas normalmente, óbvio que se me oferecem coisas trash, apesar da vontade eu recuso. Pra vocês que pensam em fazer a cirurgia eu vou dizer é uma fase bem complicada eu espero que passe logo.
Agora vem a parte boa: menos 10 quilos. Que delícia, pelo menos algo vai ter que ser bom!

Fui ao HOPI HARI

Realmente nosso mundo não tá preparado para quem fez ou vai fazer a cirurgia bariátrica. Fui ao parque com alguns amigos e lá cheganddo nada podia comer. A salvação veio com uma papinha de nenê dessas prontas em vidros que levei na mochila. Bem saborosa.
Os brinquedos também foram bem jóias, mas a maioria tinha restrição, afinal de contas com 26 dias de cirurgia, ir na montanha russa no escuro e bem trash pra quem acaba de operar.
Mesmo assim fui bem abusada e brinquei em quase todos, menos aqueles violentos.

Minha primeira Baked Potato (não inteira óbvio)

Fui ao cinema com os amigos e cheguei a conclusão que a batata assada com frango desfiado e requeijão seria ideal. Pedi uma e depois de 4 colheres já estava satisfeita. Foi muito legal perceber que posso comer uma coisa gostosa sem me entupir. Percebi também que o legal é mudar o foco. Como assim? Os amigos só convidam pra comer, jantar, almoçar, etc e ir ao cinema ou teatro pode ser bem mais legal que se matar de comer. O problema agora tá sendo mudar a cabeça dos amigos que muitas vezes não acham legal fazer um programa diferente do que fazíamos antes e acham que o LEGAL está em COMER.
Só de pensar nas roupas que poderei usar daqui alguns dias me motivo.

Dias Complicados

Fiquei sem escrever não foi à toa. Os dias que venho passando têm sido bem complicados e as coisas tão meio pretas! Comi bifinho picado, franguinho moído, carne picada, etc Retornei no médico e não foi legal ele acho que não estava num bom dia e foi mega hostil comigo. Me deu uma super bronca, disse que tinha feito tudo errado e só à partir daquele dia é que poderia iniciar esses bifinhos picadinhos, arroz molinho e feijão esmagadinho. Foi punk. Me senti bem perdida, disse que a orientação não tinha sido legal e ele ficou mais bravo ainda. Disse que não tinha emagrecido o que poderia e foi horrível. Saí de lá arrasada.
Depois de uma boa conversa com minha mãe e com o Ri acabei chegando a conclusão que talvez ele não estivesse legal. Mandei um e-mail pra ele pedindo maiores orientações e a resposta foi boa. Resolvi dar a volta por cima e iniciar uma nova fase.
Porém é horrível. Você vê a comida, sua boca enche de água e na hora que vai comer não consegue. Ou come rápido e tem um surto de gases e arrotos, ou come sem mastigar direito e tem uma dor inenarrável. É bem complicado. Tá sendo mega difícil.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Minha primeira refeição

Ao chegar em casa fiz um purê de batata bem molinho e comi como se fosse uma picanha!!! Mas pasmem senti uma dor bem forte. Resolvi então maneirar. Os dias que se seguiram passei a comer papinha da Nestlé bem molinha e fui me acostumando aos poucos. No dia 12 de junto fiz um franguinho moído bem mole e fui tentar comer, tive um pouco de medo, mas no final foi bem.
No dia 13/06 iniciei uma papinha de nenê com pedacinho que mastigando bem caiu como de fosse um churrasco sangrento e suculante.
Estou bem feliz!
Ah ! Já ia me esquecendo 7 Kg a menos!!!!!!!!!!!!

Depois de décadas...

Demorei pra escrever por que acho que passei um período muito difícil e queria contar apenas coisas boas. Se alimentar de líquidos é bem complicado e horrível pra falar claramente. Na terça feira tive retorno no médico e as coisas foram malucas. a nutricionista não liberou praticamente nada só frutinha raspada (que no caso eu não como) e a sopa batida e passada na peneira (argh! num guento nem o cheiro). Fiquei arrasada!
Quando cheguei no consultório dele, ele me liberou praticamente tudo (praticamente). Até carninha moída bem molinha, franguinho desfiado, purezinho, papinha de nenê dessas de potinho.
Saí radiante.

sábado, 7 de junho de 2008

Um sábado diferente

Hoje pela primeira vez depois de muito tempo, voltei a ter um sábado de pessoas normais (eu acho). Fui passear em diferentes lugares sem ter o foco na comida, não vou mentir que tive fome em alguns momentos, mas pude me focar em coisas bem legais. Óbvio que alguns amigos esqueceram e ligaram convidando pra comer, foi triste ter que recusar rsrsrs.
Estou firme e forte no iogurte, suco, água de coco, gatorade, gelatina e a água de uma sopa coada com ingredientes naturais.
Subi na balança e já emagreci, mas ainda não vou divulgar antes da ida ao médico com a balança oficial. A consulta é na terça dia 10. Suspense.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

O alívio

Passei uma noite infernal. Mil coisas passavam pela minha cabeça, estava em pânico. Liguei para alguns conhecidos que fizeram a cirurgia para trocar figurinhas, e nem sei se foi bom ou ruim. A ferida que se formou de onde saiu o dreno, ficara dura com aspecto de inflamação e amarelada. Dentro, na direção dela, sentia muitas dores e não achava posição na cama nem sentada. Mesmo assim pra pensar em outras coisas resolvi sair. Não deu certo a dor aumentou. A febre estava lá o tempo todo.
De noite não aguentei e liguei de novo para meu médico, ele não retornou. Passado duas horas insisti. Ele me ligou e disse que não estava mais aguentando. Sendo assim ele prescreveu um antinflamatório e um antibiótico. Fiquei realizada e bem mais tranquila, afinal de contas se algo desse errado "por dentro" estaria sendo tratado.
Os amigos foram fantásticos, estiveram por perto e seguraram a onda (como sempre).
A minha disposição mudou parecia que eu era outra pessoa.
Dormi uma noite fantástica.
No dia seguinte acordei e dirigi, trabalhei, saí pra compras. O aspecto da ferida melhorou muito.
A febre sumiu.
Atendi alguns pacientes feliz da vida.
O problema veio de noite. Tive uma fome danada.
Analisando bem cheguei a conclusão que se tratava na verdade de vontade de comer .
Olhar aquilo tudo na televisão e não poder ingerir era sacanagem. Saí e fui andar pela rua pra espairecer. Mandei um e-mail pra nutricionista questionando quando minha vida iria mudar.

Eu odeio o dreno

O dreno é uma coisa muito chata que armazena as substâncias que saem de um dos orifícios da cirurgia, uma água rosada (com sangue). Foram 6 furinhos ao todo para a realização da videolaparoscopia e o dreno saía de um deles. Achei uma calça bem confortável e coloquei ele preso. Achei que estava super adaptada.
Minha mãe e minha tia (na real prima dela) vieram aqui e fizeram as receitas que a nutricionista mandou. Sopa só a água que sobra dela (coa-se e deixa os ingredientes sei lá pra que), gelatina diet, suco natural, água de coco e gatorade á la vontê. No começo beleza, eu não sentia fome mesmo. Às vezes esquecia e dava um golada grande, sentia uma mega dor. descia rasgando.
O problema é que você tem que tomar líquidos de meia em meia hora. Aí já viu, né?
Até Segunda feira dia 02/06 não tinha sentido nada de fome. Na segunda não consegui avaliar se o que sentia era fome ou vontade de comer, mas passei a pensar no biquini de lacinho e as coisas ficaram mais fáceis.
Confesso que fiquei meio depressiva tinha uns pensamentos estranhos, muito medo medo de morrer, me apeguei ainda mais a Deus e rezei muito.
Na terça feira dia 03 chegou o tão esperado dia. Indo para a consulta notei que meu dreno estava vazando pelo local errado. O médico disse que eu poderia ter dado um "tranco" e por isso machuquei. Saí de lá com uma sensação de alívio e ao mesmo tempo dor.
Ele liberou a ingestão de leite desnatado, iogurte também desnatado e leites à base de soja.
De noite já em casa as dores pioraram muito e meu sintoma depressivo aumentou demais. A sensação que tinha é que iria ter um troço. Liguei para meu médico e ele me deu uma bronca dizendo ser emocional. Coloquei o termômetro e tinha febre. Pirei.

O susto

Resolvi que estava iniciando uma nova vida e necessitava tomar um banho. Não deveria ter tido essa idéia. A água do chuveiro acho que estava quente demais e minha pressão despencou, comecei a passar muito mal. A enfermeira correu e me jogou na cama do jeito que vim ao mundo, minha mãe ficou pálida de medo, mas logo melhorei e resolvi ficar bem quietinha na cama.
Na parte da tarde uma das enfermeiras me intimou a andar pelos corredores do hospital por que disse, que os gases da videolaparoscopia são violentos. Alguém já tentou andar com um dreno pendurado e um pedestal de soro arrastando-se ao seu lado? Tomara que ninguém precise passar por isso, é bem punk! Desisti em minutos e voltei ao aconchego de minha cama.
Na parte da noite liberei minha mãe para que pudesse ter vida e o Ri foi ficar comigo. Como toda santa mãe, a minha, avisou a nutrição que eu não estava comendo e mandaram uma picanha (na realidade era gelatina).
Me acabei de comer aquele manjar dos deuses, foi demais.
Dormi extremamente ansiosa pelo dia seguinte pois imaginava que ao amanhecer teria alta.
E foi o que aconteceu. Meu médico passou cedinho como sempre e me liberou. O problema é que deveria permanecer com o dreno até terça feira. Isso tudo ocorreu no sábado dia 31.
Cheguei em casa louca de saudades de tudo e de todos. O que fiz? Cama e mais cama.

After Day

Acordei (o pouco que dormi, por que entram várias pessoas no quarto durante a noite) com várias dores e muita vontade de ir ao banheiro fazer xixi, aí meus problemas começaram. A anestesista havia me avisado que a morfina da anestesia teria alguns efeitos colaterais, um deles seria a coceira e outro a dificuldade de fazer xixi. Doeu bastante pra ir ao banheiro e não fazer nada. A coceira começou. Meu Deus quem jogou pó de mico na minha cama?
E continuava chegando chazinho que eu não conseguia sequer olhar.
Meu médico me visitou e disse que eu estava bem. Recebi visitas e passei o dia "descansando". Decorei a programação da TV. Não via a hora de ir embora.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

A hora H

Olá amigos, fiquei um tempinho sem escrever por que estava internada. Vou resumir em tópicos para aqueles que pensam em um dia fazer, poderem ter a noção de tempo.
28/05/08 às 12 horas
Dei entrada no hospital para minha internação. Depois da parte burocrática veio minha surpresa, deveria me despedir de um dos acompanhantes ali mesmo, por que apenas um poderia subir.
Como havíamos combinado minha mãe subiria comigo e o Ri me aguardaria lá fora. Quando fui abraçá-lo desmontei. Minha vida toda passou pela cabeça e a angústia tomou conta de mim. Chorando de soluçar fui em direção ao elevador sem olhar para trás. Na porta do elevador ouvi alguém me chamando e era o Ri me dando tchau e chorando também: foi horrível.
Uma senhora que também iria para alguma cirurgia me chamou a atenção mandando parar de chorar e confiar em Deus. Respirei fundo. O sentimento dentro de mim era desesperador. Só pensava em desistir. Cheguei na sala de espera do centro cirúrgico e estava lotada.
Aguardei alguns minutos que pareceram uma eternidade e fui levada para uma sala onde seria feita a prepação da cirurgia. Uma simpática enfermeira me deu uma roupa para vestir e me levou até uma balança. Me pesou, mediu pressão e frequência cardíaca.
DECIDI QUE IA DESISTIR. Voltei e perguntei para minha mãe sua opinião, ela se recusou a dar por que não queria me influenciar. Morrendo de medo chorando como louca me apeguei a rezar e decidi esperar. O meu médico apareceu fez algumas piadinhas para me descontrair e cheguei a conclusão que se não fizesse, sempre teria na minha a cabeça a dúvida de como seria se tivesse feito. Como se o tempo não passasse, apareceu uma médica e se apresentou, contou como seria a anestesia. Uma geral, que iria me entubar e uma peridural onde injetaria morfina. Explicou os possíveis efeitos colaterais e me desejou boa sorte. Voltei atrás e me acalmei. Rapidamente uma enfermeira chegou e veio me buscar. Não conseguiria descrever a despedida com minha mãe, foi algo acima do bem e do mal.
Na sala, o médico brincou comigo para me acalmar. Olhei ao meu redor e nunca vi tanta gente junta. APAGUEI.
Acordei numa sala de recuperação com meu médico perguntando se estava tudo bem e a anestesista rindo ao meu lado.
Lembro de muitos outros pacientes aguardando assim como eu.
Passado alguns minutos fui levada para meu quarto e lá estavam minha mãe e meu marido com um rosto bem aliviados.
Me sentia bem, apenas um pouco tonta. Dei a liberação para que meu marido contasse a todos os conhecidos o meu feito.
Meu irmão e a Luana foram me visitar. Foi bem legal.
Nesse momento chegou minha primeira refeição: uma jarrinha de chá de erva doce. Não consegui sequer olhar para a "comida".

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Fui na psicóloga e foi bem legal. Ela me acalmou bastante. Falou dos riscos reduzidos no meu caso, deu dicas pra depois da cirurgia e me deixou mais tranqüila. Hoje 27/05 fui na nutricionista e passei com meu médico.
Vamos por partes; a consulta com ele foi bem legal, em nenhum momento ele disse que não tinha risco, mas amenizou bastante a situação dizendo que no meu caso as coisas seriam um pouco diferentes pelo fato de meu peso ser reduzido. Conversamos muito e esclareci dúvidas quanto ao tempo da cirurgia (3 horas) horário da internação (meio dia) e horário da cirurgia (15 horas). Falamos sobre a colocação ou não do anel, ele pediu pra que eu pensasse bem, o anel a longo prazo reduziria o risco de engordar novamente.
Passei depois com a nutricionista e pasmem na primeira semana só líquidos, mas fiquei bem feliz com a notícia de que caldinho de sopa coado é permitido.
Pra encerrar: tô muito ansiosa, em pânico tentando não pensar que nesse mesmo horário de amanhã posso não mais estar aqui nessa atmosfera.
Rezem por mim e assim que acabar entro pra contar novidades, se eu viver é lógico!
Já ia me esquecendo, obrigada pelas n ligações de boa sorte. Amei em especial uma que veio de Portugal.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Hoje é segunda feira dia 26/05, tô muito pilhada, pra falar a verdade em pânico. Liguei até pra cartomante pra saber se deveria ir mesmo. Li a bíblia umas 3 vezes. Fiz as unhas, já deixei os pacientes organizados. Tentando deixar tudo em ordem. Hoje é dia da psicóloga, não vejo a hora. Ontem teve mais um churrasco, dessa vez do pessoal aqui da rua (via 8) foi bem jóia. Eu tava super relaxada. A picanha muito macia e deliciosa como sempre.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Chegou o dia da palestra.
Dia 12/05 segunda feira. Fui na sede do convênio e tinham muitos gordos reunidos. Todos tivemos que preencher fichas e protocolos. A palestra começou com uma médica endócrino, bem legal e motivadora. A seguir veio um cirurgião falar. Todos que lá estavam iriam fazer a cirurgia pelo plano com diferentes cirurgiões. Foi aí que meus problemas começaram.
Esse médico foi muito enfático quanto ao risco de óbito que a cirurgia tem. Falou de todos os problemas que podem ocorrer hérnia, fístula, enfarte, embolia, pneumonia, e óbito. Meteu o pau na vídeo laparoscopia, apresentou dados que os riscos são maiores nessa técnica. Fiz diversas perguntas e percebi que só eu estava com essas questões. Saí de lá bem chateada. Aonde foi que eu me perdi? Tinha tantas certezas. Já havia participado de palestra semelhante, li muito na internet, conversei com meu médico.
Mesmo passando por essas dúvidas, pensava nos benefícios e como seria minha vida após a cirurgia, me dava uma alegria súbita.

Os dias que se passaram foram terríveis, aos poucos resolvi contar para as pessoas e como já era previsto não recebi o apoio de ninguém. Nenhuma pessoa sequer disse: vai lá e faça.
Quando dizia ficar triste de ninguém me apoiar, elas diziam que era para o meu bem e que o problema não era a cirurgia em si, mas o pós cirúrgico onde eu não poderia comer nada e ia morrer de fome.
Sentia um misto de alegria de saber que ia poder ter uma vida tranqüila de gente normal, sem dificuldades pra abaixar, correr, fazer ginástica e outras coisas, mas uma dúvida cruel quanto ao medo REAL DA MORTE.

Na semana anterior começaram a aparecer dúvidas que nunca pensei em tê-las. Como seria sentar, andar, dirigir, atender meus pacientes. Fui forte e aos poucos tentando me acalmar. Foi quando resolvi dividir minha angústia com minha mãe. Como sempre a sensibilidade dela é fantástica. Foi uma fofa e disse que eu não tava legal. Eu não queria mais ninguém preocupado além de mim, mas desabafei e disse que tinha muito medo de morrer, afinal de contas ainda quero fazer muita coisa nessa vida. Não pulei de pára quedas, não dei netos pra minha mãe e não levei o Ri pra Disney...
Ela disse uma coisa que me jogou muito pra cima, disse que morrer eu poderia fazer atravessando a rua de uma hora pra outra. Fiquei bem mais tranqüila (é incrível como as mães têm um poder de acalmar seus filhos sem ao menos estarem olhando pra eles).
Nesse dia era um feriado, o último do ano, meus amigos queridos e do coração (a turma da chácara) resolveram aparecer. Um deles que tenho como irmão me ligou propondo um churrasco. Contei sobre a cirurgia e ele por incrível que pareça foi 10. Não julgou, não questionou. Percebi que ficou meio em choque, mas propôs então um churrasco de arromba, de despedida da comida (ou da minha pessoa também). Vieram todos aqui pra casa e achei maravilhoso, relaxei muito, dei muita risada. Meu afilhado recém nascido também tava aqui com a mãe dele (ele me deu um super presente, veio dormir aqui). Me senti meio nostálgica, parecia despedida, aí fiquei mal de novo. No dia seguinte foi emenda do feriado e o Ri foi trabalhar (pra variar), fiquei sozinha com a Sheila e o Dudu, fomos pra casa deles e resolver uma coisas que me deixam muito triste, mas que infelizmente não dependem de ninguém. Quando voltei da casa dela fomos para um aniversário. O lugar bem legal, dessa vez os amigos bem queridos acabaram comigo e queriam me convencer a desistir de qualquer jeito. Foi punk, não agüentava mais. Lembra quando falei dos educadores alimentares que sabem tudo e conhecem você como ninguém? Pois é, eles estavam lá. Só que não tenho mais forças pra argumentar. Cansei. Só eu sei o que tenho passado. É bem fácil julgar quem não vive 24 horas comigo.
A briga pela videolaparoscopia.
Muitos dos médicos que consultei, e eram do plano de saúde sempre criticaram essa técnica alegando que poderia haver um risco maior de complicações, já que o médico não tinha o contato manual direto sobre os órgãos do paciente. Porém como profissional da área da saúde sempre ouvi o contrário.
Mesmo assim decidi que a cicatriz formada pela cirurgia poderia me causar um problema de trauma, e de trauma já bastaria à obesidade. Outro problema seria a recuperação. A cirurgia aberta tem uma recuperação bem mais lenta.
Fiz uma carta solicitando a realização da cirurgia por vídeo. Já que o rol da ANS de 02/04/2008 era bem genérico ao determinar a realização de procedimentos cirúrgicos através de videolaparoscopia me ative a isso, além dos benefícios que esta técnica traria. Como já era previsto me enrolaram por uma semana e não tinham previsão para a resposta. Passado 12 dias resolvi ir pessoalmente ao convênio e disse que só sairia de lá com uma resposta, para que pudesse tomar as providências jurídicas se fosse o caso.
O plano me deu um prazo de 4 dias para dar uma resposta. Como já imaginava, a resposta não veio. Depois de um dia liguei na sede e fui informada que havia sido aprovado o meu pedido.
MEU DEUS EU CONSEGUI!!! E agora???
Bateu o pânico.
Marquei para dia 28/05 quarta feira.

O choque familiar.
Minha mãe quase teve um piripaque. Ficou literalmente desesperada. Pediu para que eu repensasse. Contei pra uma prima dela que deu a maior força me chamou de guerreira, disse que eu merecia, afinal de contas, movi mundos e fundos e batalhei. Fiquei bem segura. Meu marido não parava de falar que eu ia ficar magrela, que poderia usar jeans justinho. Fiquei muito empolgada!!!
Meu marido mesmo com as brincadeiras que fazia sempre deixou claro que a saúde estava em primeiro lugar e que sua preocupação maior era com a pressão alta. Ele sempre teve medo de me dar um derrame ou enfarte por causa do nível de estresse associado a hipertensão.
Aos poucos chamei minhas duas amigas que são minhas irmãs e tomei coragem pra contar. Quase apanhei! Me chamaram de louca varrida e disseram que não me apoiariam. Tive que ouvir que esse era o caminho mais fácil e não tinha realmente tentado. Fiquei passada! Caminho fácil???? Correr risco de morrer ou ter alguma complicação é o caminho mais fácil?

sábado, 24 de maio de 2008

Mesmo assim decidi ir atrás e levei minha mãe numa das consultas que marquei. Gostaria de fazer a cirurgia com o médico que fez a dela, mas meu convênio não cobre.
Na primeira consulta ela ficou bem assustada, o médico disse que só poderia fazer a aberta (com cicatriz) e mostrou fotos de pacientes antes e depois. Deixou claro o risco de óbito de 1% e também mostrou alguns casos de insucesso. Disse que seria necessário passar por uma perícia e uma junta médica para que o convênio aprovasse. Eu topei.
Me convidou para uma palestra educativa sobre o assunto. Fui a palestra com diversos profissionais que atuariam em conjunto no processo. Enfermeira, fisioterapeuta, nutricionista, psicóloga e médico. Foi extremamente esclarecedor. Amei e saí de lá decidida. Só com um porém, não queria fazer a aberta e sim através de videolaparoscopia. Técnica que não realiza cortes e só alguns furinhos discretos. O problema é que meu convênio não cobre esse tipo de técnica. Conversei então com um amigo que me disse que a ANS (agência nacional de saúde) lançaria um novo rol de procedimentos e os planos de saúde deveriam cobrir esse tipo de técnica. Comecei a investigar na internet. Conversei com uma amiga de meu irmão que fez e já tinha feito mil plásticas e até colocado silicone. Fui numa festa e vi que o namorado de minha amiga que havia feito a cirurgia comia de tudo, assim como minha mãe. Conversei com uma colega que fez também sem o peso necessário, como no meu caso e estava muito feliz.
Fui ao meu cardiologista e ele foi totalmente a favor. Deu inclusive um laudo atestando que pra minha hipertensão seria ótimo. Fui ao meu neurologista e ele literalmente acabou comigo. Disse que era radicalmente contra e não daria nenhum apoio, ao contrário reprovaria se fosse consultado.
Queria então ouvir uma segunda opinião. A secretária do médico de minha mãe deu o telefone de um cirurgião que operava na equipe dele e atendia meu plano de saúde. O segundo médico era bem diferente do primeiro. Muito calmo, um consultório tranqüilo e bem localizado. Ele conversou comigo e perguntou algumas coisas, contei que já havia passado por outros dois locais e que queria fazer mesmo sem ter o peso mínimo e ainda por vídeolaparoscopia. Esse médico não tinha o mesmo número de cirurgias que o anterior possuía. O número era significativamente menor, porém me passou uma segurança bem maior. Decidi que seria com ele. Ele me pediu muitos exames, dos mais variados tipos. Senti que ali não era uma “indústria do gordo”; alguns consultórios hoje têm até protocolo pro paciente seguir ao marcarem a primeira consulta.
Enquanto fazia os exames passei a me sentir mais confiante, resolvi fazer uma pós graduação que já fazia algum tempo que tinha vontade. Estou cursando gestão empresarial em Fono, amando o curso.
Terminei os exames e retornei. Até então não contei pra ninguém apenas pra minha mãe, meu irmão e meu marido. O único que botava fé que daria certo realmente, foi meu marido. Ele me deu a maior força desde o início. Ele também está acima do peso, mas é rato de academia. Não falta nunca. Já emagreceu 9 Kg só suando a camisa. Comecei a correr atrás paralelamente da questão da vídeolaparoscopia, liguei para um amigo advogado e perguntei informações de como seria possível conseguir essa autorização, liguei pra ANS, falei com minha corretora de plano de saúde e assim juntei o máximo de informações possíveis.
Meu cirurgião me encaminhou então para um médico endocrinologista perito do convênio. Ele me examinou, fez algumas perguntas, pediu meus exames e deu uma guia para que a junta médica do convênio analisasse.
Passado 11 intermináveis dias. Recebi uma ligação do convênio dizendo que tinha sido aprovado o meu pedido e poderia fazer a cirurgia com cobertura do plano de saúde mesmo sem ter o IMC mínimo. Marcaram uma palestra obrigatória que me daria algumas outras informações extras. Fiquei radiante. Comemorei como nunca. Comemorei com comida, óbvio. Saí pra jantar!!!!
O médico solicitou que passasse em consulta com uma nutricionista e com uma psicóloga, acompanhamento essencial para quem vai se submeter à cirurgia.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Antes de falar do meu processo vou contar a visão do que tive da cirurgia da minha mãe. Ela é, e sempre foi uma mulher linda. Um sorriso impecável (que modéstia parte eu herdei). Então nunca tive uma visão de minha mãe gorda ou feia. Só hoje é que percebo como era tudo diferente. Na época ela tinha 56 anos e a cirurgia tinha um tabu enorme por causa dos riscos ainda pouco conhecidos. Fiquei em pânico e fiz de tudo pra impedir. Coitada! Vivia enchendo e colocando minhoca na cabeça dela. Ela como sempre, foi guerreira e persistiu mesmo contra a vontade de todos foi firme e forte. O dia chegou e foi terrível. Chorei muito, tinha medo que ela não voltasse. Lembro perfeitamente bem da cena do quarto aguardando o final da cirurgia, eu e meu pai esperando o médico trazer notícias. Meu pai já comia os dedos, por que as unhas tinham acabado, eu tinha gasto os números do controle remoto da tv.
O Dr Marcelo ligou e pediu que subíssemos no centro cirúrgico. Chegando lá, ele disse que tinha corrido tudo muito bem, mas que ela teria dores no retorno ao quarto, quando acabasse o efeito da anestesia. Assim ocorreu. Apesar dela jurar, que não se lembra disso, me lembro perfeitamente bem dela gemendo de dor. Mesmo assim foi um alívio. Sabíamos que tudo tinha corrido bem.
Ela tinha que andar bastante nos corredores, meu pai sempre acompanhava e bem gordo, não demonstrava a menor vontade de fazer a cirurgia também. O argumento dele é que amava comer então sofreria muito se fizesse a cirurgia. O que tem total lógica.
Nos dias que se seguiram lembro de muita água de coco, gatorade e copinhos de café com água. Sopinha e suquinho só depois de um bom tempo. Ela tinha muito medo de ter o tal do Dupping terror dos operados, trata-se de um tipo de mal estar ao comer doces. As pessoas relatam ser uma sensação semelhante ao coma diabético. Certo dia, ela estava louca pra comer doce, eu falei coma e vamos saber o que acontece, se você passar mal estaremos aqui e corremos pro hospital com você. Ela comeu e nada aconteceu. Resumindo: ela come doces como qualquer outra pessoa.
Se passaram 4 anos e 40Kg eliminados. Ela está maravilhosa usando manequim 42. E pasmem: come de absolutamente tudo. Tudo mesmo. Percebo que algumas coisas tem uma aceitação menor, por exemplo frutos do mar.
Atenção: ela come como uma pessoa normal e não como um gordo ou ex gordo que devora tudo o que vê pela frente. Percebo que o sentido mudou, ela gosta de programas de gente normal e não só comer, comer, comer e comer.
Não fez nenhuma cirurgia reparadora, e como disse anteriormente, ela é linda e ficou mais ainda.

Quando tomei minha decisão ela de cara foi radicalmente contra. Disse que eu não conseguiria, pois tenho prazer em comer. E principalmente EU NÃO TINHA PESO SUIFICIENTE. Meu IMC (índice de massa corpórea) não atinge o padrão solicitado para isso. Porém eu possuía as co-morbidades. São elas, pressão alta, dores nas articulações, etc.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Pois é, as baladinhas acontecendo e você (no caso eu) comendo que nem um mamute. As roupas passaram a ficar mais justas e a cada dia mais complicado subir as escadas de casa. Andar virou um martírio. Acerca de 4 anos, antes mesmo de minha mãe fazer a cirurgia de Capela, procurei um famoso instituto de obesidade e o médico praticamente riu de mim, dizendo que não tinha peso suficiente, e o que poderia me oferecer era a colocação de um balão intra gástrico inflado com soro fisiológico e azul de metileno. Outra opção seria uma banda gástrica ajustável. Ambos não eram cobertos pelo plano de saúde e custavam na faixa de R$ 10.000,00. Óbvio que voltei pra casa arrasada, já que não tinha tanto dinheiro. Confesso que fiquei bem conformada ao observar a sala de espera do consultório, eu era praticamente a Gisele Bunchen de tão magrinha perto daquelas pessoas que lá estavam.
Continuei tentando aquelas coisas que todos nós, os gordos tentam e já citei anteriormente.
Voltando a vida de casada...
Procurei então um cirurgião plástico em busca de minha lipoaspiração, mas fiquei irritadíssima com a notícia que precisava emagrecer um pouco antes da operação, e que poderia não tirar a quantidade desejada de gordura. O preço era até que acessível com parcelamento em 36 vezes.
Novamente desisti, comprei revistas da área, participei de sites motivadores, etc, etc, etc.
Até que nesse ano, 2008, tomei a grande decisão. Não dava mais. Brincar com minhas cachorras passou a ser um problema, amarrar o tênis me incomodava. O start foi quando fui à casa de amigos e pisei no ossinho do cachorro deles, um simples ossinho, que qualquer ser humano normal pisaria e nada aconteceria. Virei o pé e além de estender ligamento quebrei um osso do pé. Foi horrível, sentia dores terríveis e por um erro de diagnóstico de um renomado hospital de SP, não fiz a imobilização que deveria, aí tudo piorou. Quando uma amiga médica solicitou uma ressonância magnética revelou que eu tinha esporão, isso explicaria as dores nos calcanhares todos os dias. O problema é que dois médicos foram taxativos: ISSO ACONTECEU NESSE GRAU POR CAUSA DO MEU EXCESSO DE PESO. Passei a observar nas ruas, shoppings e mercados, que a maioria dos obesos principalmente mulheres, apresentavam algum tipo de problema nos pés e pernas. Mancavam ou estavam imobilizados.
Procurei então um cirurgião bariátrico.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Voltando ao meu peso flutuante.
Terminada a faculdade arranjei um emprego que não parava e dei uma bela emagrecida, só que passei a me realizar profissionalmente, então pra comemorar, engordei bastante, mas sempre na casa do 80.
Namorei diversos caras, um bem diferente do outro e nunca tive nenhum problema quanto ao meu peso. Não querendo ser a rainha da cocada preta, rsrs, mas sendo, sempre tive certa facilidade no quesito amor (sim já sofri pra caramba, mas nunca por causa do meu peso). Comprar roupas até então não era um problema. Existem lojas bem legais que pensam nos mais cheinhos sem fazer roupas que são verdadeiros pijamas. Tem isso também, roupa de gordo sempre tem um q de pipa, ou balão caixote.
Em 2005 resolvi que era hora de me envolver de verdade e casei. Aí é que os meus problemas começaram. Nunca em relação ao Ricardo, mas sim ao meu peso. Os preparativos são um verdadeiro drama, tão grande que mereceriam um blog só pra isso.
Discussões familiares e problemas financeiros, fazem com que na hora do almoço você coma o que está em cima da mesa e o que está embaixo também. Na hora do jantar comia até o pé da mesa.
Entrar no vestido nem me incomodava, afinal de contas era o primeiro aluguel então pensava que qualquer alteração a loja tinha obrigação de fazê-la.
Casei em 04/06/2005 numa cerimônia linda, me sentido um princesa, fofinha lógico. Pesava 87 Kg. Cravados.
Casar é um problema a parte. Todos os programas são baseados na comida. Comer pizza com os amigos. Fazer um jantarzinho para o maridinho. Fazer uma sobremesa romântica. Um fondue na beira da lareira. Comer, comer, comer...
Ou seja, uma verdadeira prova de fogo. Todo mundo engorda quando casa.... (Alguém já ouviu isso?)
Logo que a poeira baixou tive uma crise de stress e ninguém conseguiu diagnosticar causa física. Sempre tive tendência a hipertensão. Comecei a tomar medicação controladora aos 22 anos e sempre controlei. No acompanhamento cardiológico fiquei mais tranqüila por que conseguimos estabilizar com os remédios. A causa foi diagnosticada como além de genética, a OBESIDADE.
Com 10 quilos a mais na balança a vida ficou bem mais complicada.
Foi aí que comecei a sentir o real peso do meu peso. Se é que vocês me entendem.
Desde pequena não sou o que se pode chamar de tipo esguio e mignon, sempre fui roliça, mas na medida certa. Tenho uma genética que favorece o tipo “gordinho” altura de 1,65m com ossatura larga e grande, meu pai faleceu com 130 kg, minha mãe acerca de 4 anos fez a cirurgia de redução de estomago que contarei bastante depois. Porém, sempre meu peso foi muito bem distribuído o que facilitaria a visão equivocada de meu peso (se é que existe isso). As pessoas (ou eram muito educadas) sempre erraram o meu peso pra um valor bem abaixo do real.

A coisa piorou na faculdade. Na época, fazia fonoaudiologia na PUC SP e nos primeiros anos passei dúvidas homéricas sobre meu futuro profissional. Engordei que nem uma louca e cheguei ao 100 Kg. Naturalmente e com aquele monte dietas emagreci ficando na casa dos 82 Kg. Assim me mantive com altos e baixos variando sempre 5 kg a mais ou a menos de acordo com a época.
Pra seguir a diante preciso confessar: minha alimentação é horrível. Não como frutas e legumes em geral. Fui aprender a comer determinadas coisas depois de adulta. Não que meus pais não tenham se matado pra isso não acontecer, mas nem minha santa mãe conseguiu. Também passei por toda sorte de tratamentos possíveis e imagináveis, até legumes em cápsula já tomei. Até que, com a graça de Deus, pareceu um milagre, encontrei um santo médico que perguntou sobre o funcionamento de meu intestino e ao saber da normalidade, disse pra parar de forçar a barra e se conseguir comer ótimo e se não conseguir não se culpar. Vou declarar que é uma barra dizer isso, por que sempre tem alguém que escuta minha história e tem vocação pra educador alimentar, aí resolve ensinar algum tipo de “dica” ou truque pra você mudar isso. É um verdadeiro inferno, por que aí ninguém na mesa fala de outra coisa só do seu PROBLEMA e como você vai mudar quando fizer diferente. De uns anos pra cá desenvolvi uma técnica de dar um basta no tema e peço gentilmente que cada um cuide de seus problemas. Sim, eu sou uma pessoa estressada e não tenho muita paciência para determinados temas. Pra outros sou um encanto e totalmente zen, mas a minha alimentação já é assunto ultrapassado.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Consultas com nutricionistas diversos e com linhas extremas um do outro, também passaram em meu processo de decidir dar um basta definitivo.
Psicólogos sempre amaram meu caso, anos de terapia enfocando a compulsão ou se jogar de cabeça em tudo e como vocês já imaginam, nada deu certo.
Não vou mentir que sempre emagreci de maneira relativamente fácil, perdia em cada tentativa pelo menos 6 quilos. As pessoas reparavam e me elogiavam, me sentia super motivada, mas quando achava que estava superando chegava a Páscoa, o Natal, ou alguma outra desculpa pra comer que nem louca.
Restaurantes? Tenho um know how no assunto que poderia montar um curso de atendimento e gestão na área. Os pratos mais gordurosos e gigantes dos mais badalados aos mais simples, já experimentei. Meu marido brinca comigo que deveria montar o guia do frango à passarinho. Todos os lugares que vou peço esse prato e posso avalia-lo como um “somelier” dessa culinária fantástica.
Mesmo assim esse ainda não é meu prato preferido, sou admiradora do churrasco. Qualquer tipo em qualquer local.
Me conhecendo um pouco mais, acho que posso iniciar contando como começa minha história.
Todo mundo sabe que ser gordo não é a coisa mais agradável desse mundo, aliás é uma das piores coisas do mundo. Quantas e quantas dietas nós já tentamos sem sucesso? Eu poderia ser especialista em dietas e publicar um livro com os prós e os contras envolvidos em cada uma delas.
Algumas de Minhas tentativas:
Herbalife, realmente é bem legal emagreci pacas, mas quem é que agüenta tomar shake e sopinha por mais de 1 mês?
Diet shake também você realmente emagrece, mas e a picanha mal passado onde entra?
Proteínas, essa é fantástica, porém é tanta gordura garganta abaixo que no final de 2 semanas o fígado conversa com você pedindo socorro.
Remédios, hoje entendo por que têm o nome “bolas”, eu juro e quem não conseguir acreditar azar, eu vi gnomos aos montes.
Mau hálito até não poder mais, por isso talvez as pessoas fiquem magras, nem os garçons conseguem chegar perto delas.
Tomei todos: de fenproporex à anfetaminas sem nenhuma exceção. Cheguei num ponto que já estava praticamente imune.
Xenical, esse daria um livro só sobre as aventures quando tomei Xenical. Foi literalmente um rebosteio. Calças e calcinhas precisei comprar umas três durante o tratamento. A cadeira do trabalho tive que falar pra diretoria que aquele modelo dava um problema de coluna gravíssimo, senão ninguém mais agüentaria chegar perto da minha sala, olha que a faxineira lavou a mesma por 4 vezes e deixou no sol.
A bacia (vulgo privada) de casa passou a ser um reservatório de óleo. O detergente já habitava a pia do banheiro e não mais a da cozinha, as vezes nem ele dava conta de dissolver os resíduos oleosos.
Passando os detalhes escatológicos, teve a fase das simpatias, depois das mandingas. Sim, são todas mandingas: um copo de água em jejum, vinagre de maçã, azeite extra virgem de oliva batido com num sei o que, berinjela diluída com alguma coisa duas vezes ao dia.
Tive a fase violenta da academia. Aquela que você chega em casa podre não se agüentando nem em pé, daí compra roupinhas, tênis e acessórios diversos. Faz aqueles planos intermináveis das academias e nunca acaba cumprindo como é proposto (Será que alguém que nunca malhou realmente acha que vai ser legal o plano anual?). Na primeira semana parece que tomou uma surra, mas ao pensar no biquíni de lacinho e na barriga tanquinho supera todas as dificuldades e se mata de novo. No primeiro mês vai que é uma beleza. Mas quando cruzamos com o primeiro pacote de bolacha Bono ou Bis tudo vai por água abaixo.